terça-feira, 29 de setembro de 2009

A alegria de viver.


A alegria e otimismo eram sua marca registrada. Não que fosse uma alucinada ou que vivesse apenas no mundo da lua. Pelo contrário, era bem realista, sabia das dificuldades, conhecia o sofrimento, mas não se deixava abater. Chorava suas mágoas, mas na manhã seguinte novamente passava o batom e ia a luta. Enfrentava inúmeras provocações de pessoas que se sentiam incomodadas pelo seu brilho e faziam de tudo para machucá-la. E foi sim, muitas vezes machucada e enganada. Mas mesmo assim, ela não perdia a alegria de viver. Não fazia da vida um conto de fadas, nem ficava esperando o príncipe encantado chegar, apenas vivia e acreditava sim, que as coisas podiam ser boas e que a felicidade não era uma completa utopia. Inúmeras vezes foi parada nas curvas da vida e questionada como podia ser assim, se o mundo estava repleto de dor, se tantas pessoas sofriam, se a depressão era uma doença que crescia a cada instante e a esperança encontrava-se perdida em algum lugar. Como podia ser tão otimista diante de tanta tristeza? Mas ela conhecia essa realidade, não era uma pessoa insensível, porém, ao invés de lamentar o sofrimento, procurava uma maneira de derrotá-lo. Valorizava o “estado de luto”, mas só por um tempo. Jamais se fechava em um quarto escuro, aliás a luz a fascinava. O contato com as pessoas e o que poderia aprender com elas, era o seu maior divã. Lógico que sentia medo, insegurança, revolta, tristeza, era uma pessoa de carne e osso, não um anjo que se perdeu na terra. Mas ao contrário da maioria, não se deixava dominar por esses sentimentos. Acreditava muito que sempre poderia mudar a sua vida, que poderia fazer algo melhor. E quantas vezes ouviu ironias pelo seu jeito. Diziam que fingia, que guardava uma grande dor, que não compartilhava seus sentimentos e passavam tanto tempo procurando uma explicação para o seu jeito. Mas não havia uma grande explicação ou conspiração como acreditavam alguns. Ela apenas tinha um imenso prazer de estar viva, de poder caminhar, enxergar, falar, dançar ( ou fingir que dançava, aí sim ela fingia...), enfim permitia que o sol iluminasse sua vida. E se estivesse chovendo? Reclamaria com certeza, mas não deixaria de viver. Acreditava que a vida não era para ser vivida apenas em algumas estações, mas sim por completo, a cada momento. Se passava por uma dificuldade, ficava preocupada, mas não permitia que isso a paralisasse. Permitia-se fazer grandes viagens, mesmo que não saísse do lugar. Não, não tinha problemas mentais. Apenas viajava muito, viajava pelo seu mundo interno, queria conhecer o seu espírito, compreender os seus sentimentos e mostrá-los ao mundo. Ah, então era metida? Não, ela não precisava que ficassem reconhecendo o seu valor, até gostava de receber elogios, mas esse não era o seu principal objetivo. Apenas queria viver. Sabia que o tempo não era eterno e nem tinha garantias se no próximo segundo ainda estaria aqui. Por isso, queria aproveitar o agora. Muitos também a admiravam. Mas todos questionavam a sua força interna. Não que ela fosse privilegiada, mas apenas estava querendo ver o lado bom das coisas. Os momentos de sofrimento, até mais do que os de alegria, não traziam apenas dor, mas também vinham acompanhados de grandes lições. Não, ela não era maluca. Apenas não ficava cultivando a dor eternamente. Em sua vida, já havia perdido algumas pessoas ou sido obrigada a abandonar coisas que amava. Mas não se tornara melancólica, tinha plena consciência que iria reencontrar as pessoas que ainda amava nessa ou em outra vida, não importava como, mas sabia que os laços eram eternos. E falava das perdas naturalmente, afinal sabia que nada estava perdido eternamente e sim que estava vivendo outras situações. Situações essas, que eram necessárias para a sua evolução espiritual. Muitos ficavam incrédulos diante de tal atitude. Não podiam achar natural, esperavam que ela chorasse, desmaiasse, fosse rancorosa, solitária e infeliz. Mas isso realmente não combinava com ela. Não queria ser considerada um exemplo, um símbolo, um anjo “de topo de escada” ou uma Celebridade. Isso para ela, realmente não fazia a menor importância. Ela seguia o seu caminho, errando muitas vezes, caindo e se machucando, mas sempre continuando. Em alguns momentos se sentia incomodada com pessoas que faziam de tudo para mostrar que ela estava errada. Até raiva sentia. Mas no momento seguinte, percebia que não valia a pena e que ninguém iria mudar o seu jeito de ser. Não vivia num mundo de ilusão, como sugeriam alguns. Mas também ,não queria viver num mundo sem sonhos. Ela acreditava em seus sonhos e mesmo que não conseguisse realizar tudo o que queria, estava consciente que a vida valia a pena. E ela era assim, jamais desistia. Podia ser ferida, mas morta jamais! Tinha suas fraquezas, defeitos, receios e tristezas, como todo ser humano, mas a sua força interna, ah, essa era enorme. E talvez fosse isso que ninguém conseguisse explicar. Mas para ela isso também não importava, não se ligava a coisas racionais, o sentimento era o seu foco principal. Sim, ela era alegre e otimista. Fosse nos dias de chuva ou sol. Para ela, não importava os fatores externos, mas sim o que sentia.
E ela sentia uma imensa alegria de viver!!



.Sônia Carvalho.

sábado, 26 de setembro de 2009

O Amor Impossível é o Verdadeiro Amor


Outro dia escrevi um artigo sobre o amor. Depois, escrevi outro sobre sexo. Os dois artigos mexeram com a cabeça de pessoas que encontro na rua e que me agarram, dizendo: "Mas... afinal, o que é o amor?" E esperam, de olho muito aberto, uma resposta "profunda". Sei apenas que há um amor mais comum, do dia-a-dia, que é nosso velho conhecido, um amor datado, um amor que muda com as décadas, o amor prático que rege o "eu te amo" ou "não te amo". Eu, branco, classe média, brasileiro, já vi esse amor mudar muito. Quando eu era jovem, nos anos 60/70, o amor era um desejo romântico, um sonho político, contra o sistema, amor da liberdade, a busca de um "desregramento dos sentidos". Depois, nos anos 80/90 foi ficando um amor de consumo, um amor de mercado, uma progressiva apropriação indébita do "outro". O ritmo do tempo acelerou o amor, o dinheiro contabilizou o amor, matando seu mistério impalpável. Hoje, temos controle, sabemos por que "amamos", temos medo de nos perder no amor e fracassar na produção. A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. O amor é a recusa desse desencanto. O amor quer o encantamento que os bichos têm, naturalmente. Por isso, permitam-me hoje ser um falso "profundo" (tratar só de política me mata...) e falar de outro amor, mais metafísico, mais seminal, que transcende as décadas, as modas. Esse amor é como uma demanda da natureza ou, melhor, do nosso exílio da natureza. É um amor quase como um órgão físico que foi perdido. Como escreveu o Ferreira Gullar outro dia, num genial poema publicado sobre a cor azul, que explica indiretamente o que tento falar: o amor é algo "feito um lampejo que surgiu no mundo/ essa cor/ essa mancha/ que a mim chegou/ de detrás de dezenas de milhares de manhãs/ e noites estreladas/ como um puído aceno humano/ mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma lesão oculta onde ninguém sabe". Pois, senhores, esse amor existe dentro de nós como uma fome quase que "celular". Não nasce nem morre das "condições históricas"; é um amor que está entranhado no DNA, no fundo da matéria. É uma pulsão inevitável, quase uma "lesão oculta" dos seres expulsos da natureza. Nós somos o único bicho "de fora", estrangeiro. Os bichos têm esse amor, mas nem sabem. (Estou sendo "filosófico", mas... tudo bem... não perguntaram?) Esse amor bate em nós como os frêmitos primordiais das células do corpo e como as fusões nucleares das galáxias; esse amor cria em nós a sensação do Ser, que só é perceptível nos breves instantes em que entramos em compasso com o universo. Nosso amor é uma reprodução ampliada da cópula entre o espermatozóide e óvulo se interpenetrando. Por obra do amor, saímos do ventre e queremos voltar, queremos uma "reintegração de posse" de nossa origem celular, indo até a dança primitiva das moléculas. Somos grandes células que querem se re-unir, separados pelo sexo, que as dividiu. ("Sexo" vem de "secare" em latim: separar, cortar.) O amor cria momentos em que temos a sensação de que a "máquina do mundo" ou a máquina da vida se explica, em que tudo parece parar num arrepio, como uma lembrança remota. Como disse Artaud, o louco, sobre a arte (ou o amor) : "A arte não é a imitação da vida. A vida é que é a imitação de algo transcendental com que a arte nos põe em contato." E a arte não é a linguagem do amor? E não falo aqui dos grandes momentos de paixão, dos grandes orgasmos, dos grande beijos - eles podem ser enganosos. Falo de brevíssimos instantes de felicidade sem motivo, de um mistério que subitamente parece revelado. Há, nesse amor, uma clara geometria entre o sentimento e a paisagem, como na poesia de Francis Ponge, quando o cabelo da amada se liga aos pinheiros da floresta ou quando o seu brilho ruivo se une com o sol entre os ramos das árvores ou entre as tranças da mulher amada e tudo parece decifrado. Mas, não se decifra nunca, como a poesia. Como disse alguém: a poesia é um desejo de retorno a uma língua primitiva. O amor também. Melhor dizendo: o amor é essa tentativa de atingir o impossível, se bem que o "impossível" é indesejado hoje em dia; só queremos o controlado, o lógico. O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love. Escrevi outro dia que "o amor vive da incompletude e esse vazio justifica a poesia da entrega. Ser impossível é sua grande beleza. Claro que o amor é também feito de egoísmos, de narcisismos mas, ainda assim, ele busca uma grandeza - mesmo no crime de amor há um terrível sonho de plenitude. Amar exige coragem e hoje somos todos covardes". Mas, o fundo e inexplicável amor acontece quando você "cessa", por brevíssimos instantes. A possessividade cessa e, por segundos, ela fica compassiva. Deixamos o amado ser o que é e o outro é contemplado em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso desamparo. Esperamos do amor essa sensação de eternidade. Queremos nos enganar e achar que haverá juventude para sempre, queremos que haja sentido para a vida, que o mistério da "falha" humana se revele, queremos esquecer, melhor, queremos "não-saber" que vamos morrer, como só os animais não sabem. O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Como os relâmpagos, o amor nos liga entre a Terra e o céu. Mas, como souberam os grandes poetas como Cabral e Donne, a plenitude do amor não nos faz virar "anjos", não. O amor não é da ordem do céu, do espírito. O amor é uma demanda da terra, é o profundo desejo de vivermos sem linguagem, sem fala, como os animais em sua paz absoluta. Queremos atingir esse "absoluto", que está na calma felicidade dos animais.


.Arnaldo Jabor.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Crônica de Mim Mesma


A manhã despe-se à minha volta. Uma nesga de sol espreguiça-se no balouçar da cortina, tentando talvez aquecer o frio de uma ternura, que não se faz esquecida, mesmo no cansaço do olhar. O calendário anuncia mais um outono. Há no peito um sentimento que farfalha, ignorando todas as estações. Na brisa do amanhecer, uma esperança qualquer, que não se despede do meu olhar, embora todas as impossibilidades acenem nãos e senões. Em algum lugar dentro de mim, ainda mora um sonho, como se sobrevivesse para escrever outra vez, capítulos da minha história lavrada pela eloquência da realidade e pelos ditames da razão. Não me chega o tempo da quietude. Deserdaram-me a serenidade e a pretensa calmaria, tão anunciada com o advento da tal maturidade. Meus passos nunca reconheceram o caminho que apenas impõe o seguir em frente. Já nem sei, se chegar era meu objetivo precípuo. O que há e o que se faz, quando se cruza a linha de chegada? Empilha-se mais um troféu na prateleira das nossas conquistas? Onde ficam as tantas pequenas vitórias que se saboreiam no decorrer de cada percurso, mesmo quando não se vence, se nos ensinaram que apenas é ganhador aquele que chega primeiro? Como relatar ao mundo, o momento que me detive em meu trilhar, observando apenas o acariciar do vento nas pétalas de uma flor? Como contabilizar isto em perda de tempo, se sequer imaginam os arrepios do meu olhar ou os sorrisos de prazer que aquela imagem me propiciou? Talvez, acusem-me de distraída e inadequada ao momento, que exigia que eu apenas continuasse e que subisse ao pódio. Era isto que esperavam de mim: vencer. Outros ainda dirão que estou fora do padrão estabelecido pelas regras da sobrevivência. Ah, neste aspecto errei a vida inteira. Pequei sempre, quando preferi não tropeçar em meu sentir e escutei o pulsar do meu coração, não somente para constatar que eu vivia. Sempre fui amadora nestes rituais, em que se sacrificam as emoções. Onde a normalidade, quando se põe amarras no peito, calando o som de uma carícia? Nunca compreendi histórias lineares, reações exatas ou gestos estudados. Bem que tentei aprender a disfarçar minha insegurança, o frio no estômago ou o rubor repentino, quando exposta ao espelho do cotidiano. Em quase todas as tentativas neste sentido, falhei. Talvez por isto, tenha me desencontrado muitas vezes de tantas pessoas. Nunca amordacei minhas saudades, nem meu romantismo à flor da pele...sempre despi minhas máscaras, porque era em outro olhar, que eu desejava também encontrar-me e reconhecer-me. Mas meu olhar despido, vezes causou estranheza e constrangimento. Vezes, indiferença e tolos julgamentos. Minhas palavras nunca souberam esconder o segredo de um amor, quando me habitava o corpo, a alma, o sonho. Nunca entendi, o porquê da grande maioria das pessoas entulharem tantos nós no coração. Se ainda fosse o pronome pessoal, mas não! Falo dos fios e, em alguns casos de verdadeiras cordas com amarrações complexas, que nem as próprias mãos sabem ou se dispõem a desatar. E eu, com esta mania esquisita de falar do que sinto pelos lábios, mãos e olhares. E eu, com esta forma estranha de dar reconhecimento do que sinto e por quem sinto. Sempre foi inútil querer silenciar minhas confissões, mesmo se questionada sobre a certeza de um amor. Como se o amor tivesse que ser testado, discutido, dimensionado, adverbalizado e não apenas sentido. Parece que saber de sua existência não basta. Tem que ter certificado de garantia, manual de instruções e, se bobear até posologia. Talvez seja por isto que grande parte de nós, sequer desconfie o que é viver um grande amor. A noção mais próxima deste sentimento fica ladeando as histórias que nos contam, como as vividas por Abelardo e Heloísa, Tristão e Isolda e tantas outras ou nos livros de poemas que lemos no decorrer de nossas vidas. De uma forma ou de outra, a expressão do que sinto fica meio desajeitada neste mundo. E como se não bastasse, ainda flagrei-me a poetisa. Mas quase sempre, a palavra ainda me parece pouca para compreender minha ignorância no universo da emoção. Minha essência é mesmo desnuda. Coração exposto e sem labirintos. Ainda prefiro a minha ternura boba, um perfume de saudade em meu travesseiro, a minha voz entregue para as estrelas, do que viver desabitada de mim mesma.


.Olimpia Souza.

Um Dia...


Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.


.Mário Quintana.

domingo, 20 de setembro de 2009

20/09/2009


Hipocrisia dizer que aniversário significa maturidade; que o aprendizado é ligado somente aos erros cometidos; que errar é crescer. Se todos crescêssemos e aprendêssemos com o que fizemos de errado haveria muitos sábios por aí. O verdadeiro aprendizado é ligado à reflexão daquilo que se foi ou não vivido. Aprendi que quem tem amor tem tudo; seja familiar, namorado, amigos. O amor é o que move a vida e nos faz querer sermos melhor. Aprendi que ser tachado de bonzinho nem sempre é ruim. Aprendi que ser CDF é ótimo. Eles são os que se dão melhor na vida. Aprendi que ler é enriquecimento a nossa vida, de tal maneira que ninguém consegue tirar. E que receber dinheiro por ser inteligente é a forma mais admirável de ficar rico. Aprendi que traição e falta de lealdade são uma das maiores crueldades que se podem cometer ao coração de alguém. Aprendi que a gente se sente muito mal quando nos julgam por certas atitudes; e quem dirá quando o fizemos a alguém. E que olhar torto para alguém não nos faz melhor. Aprendi que existem algumas coisas que não deveriam se guardar no coração, mas são grandes responsáveis pela nossa mutante ideologia. Aprendi que correr atrás do que se quer é preciso sempre; ninguém o faz se não nós mesmos. Aprendi que quem desrespeita idosos são pessoas frias. E que os pais são as pessoas as quais a gente sonha ser igual. Aprendi que sorrir e ser educado são a alegria do dia de alguém, sobretudo da própria realização pessoal. Aprendi que somos eternos errantes. Estamos em incessante crescimento; e só não cresce quem tem a cabeça tão pequena a ponto de achar que o amadurecimento vem junto com os anos.


.Ana Paula Zandoná.





*A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-las a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo, nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo o desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.


Eu sou feliz e agradeço a Deus.
Parabéns para mim.

sábado, 19 de setembro de 2009

Verdadeiramente Amor


O dia mais belo? Hoje. A coisa mais fácil? Errar. O maior obstáculo? O medo. O maior erro? O Abandono . A raiz de todos os males? O egoísmo. A distração mais bela? O trabalho. A pior derrota ? O desânimo. Os melhores professores? As crianças. A primeira necessidade?  Comunicar-se. O que mais lhe faz feliz? Ser útil aos outros. O maior mistério? A morte. O pior defeito? O mau humor. A pessoa mais perigosa? A mentirosa. O pior sentimento? O rancor. O presente mais belo? O perdão. O mais imprescindível? O lar. A rota mais rápida? O caminho certo. A sensação mais agradável? A paz interior. A proteção efetiva? O sorriso. O melhor remédio? O otimismo.  A força mais potente do mundo? A Fé. As pessoas mais necessárias? Os pais. A mais bela de todas as coisas? O amor..

A inteligência sem amor,  te faz perverso. A justiça sem amor,  te faz implacável. A diplomacia sem amor,  te faz hipócrita. O êxito sem amor,  te faz arrogante. A riqueza sem amor,  te faz avaro. A docilidade sem amor te faz servil. A pobreza sem amor,  te faz orgulhoso. A beleza sem amor,  te faz ridículo. A autoridade sem amor,  te faz tirano. O trabalho sem amor,  te faz escravo. A simplicidade sem amor,  te deprecia. A oração sem amor,  te faz introvertido. A lei sem amor,  te escraviza. A política sem amor,  te deixa egoísta. A fé sem amor te deixa fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura. A vida sem amor... não tem sentido...

.Autor Desconhecido.

domingo, 13 de setembro de 2009

Relacionamentos.

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: - Ah,terminei o namoro... - Nossa, estavam juntos há tanto tempo..... - Cinco anos...que pena...acabou.... - é...não deu certo... Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes voce não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para voce e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate...se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? O legal é alguém que está com você, só por você. E vice versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Muitas vezes voce vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar... Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????? 


.Arnaldo Jabor.

Cada dia que vivemos, é uma Ocasião Especial.


Portanto vamos ler mais e dedicar menos tempo na limpeza da casa. Sentar na varanda e admirar a paisagem, sem reparar se tem ou não ervas daninhas no jardim. Passar mais tempo em companhia da família e dos amigos, e bem menos tempo trabalhando para os outros. Dei-me conta que a vida é um conjunto de experiências para serem apreciadas e não sobrevividas. Agora já não guardo quase nada. Uso copos de cristal todos os dias. Visto roupas novas para ir fazer compras no supermercado, se estiver com vontade de vesti-las. Não guardo o melhor frasco de perfume para as ocasiões especiais, mas uso quando quero sentir sua fragrância. As frases “Um dia...” e “Um dia deste...”, estão desaparecendo do meu vocabulário. Vamos fazer tudo que temos vontade, hoje... Chatearia-me pensar e me deixaria ainda mais tarde saber que deixei de dizer aos meus irmãos e “filhos”, com suficiente freqüência, o quanto amo todos eles. Agora não procuro retratar, esquecer ou servar nada mais que poderia acrescentar sorrisos de Felicidade e alegria a minha vida... Cada dia que passa, digo para mim mesmo que este é um dia especial. Cada dia, cada hora, cada minuto que passa... é especial. Se você recebeu esta mensagem, é porque alguém gosta muito de você e te quer bem, e porque tem passos que você também gosta e ama... Se estiver muito ocupado para dedicar alguns minutos do seu tempo e encaminhar a mensagem para outras pessoas que você ama... ou se você preferir dizer para si mesmo que “assim que tiver um tempinho” a enviará,... “Um dia desses” poderia demorar muito, ou nunca chegar... Esta mensagem contém alimento para alma. Dê aos outros mais do que esperam, e faça isso de bom gosto. Não permita que um pequeno deslize danifique uma grande Amizade. Decore seu poema preferido, ou música que gosta de ouvir. Diga “Eu te Amo”, somente quando seu amor for verdadeiro... E se tiver que dizer: “Eu lamento muito”, olhe bem nos olhos da pessoa. Namore pelo menos seis meses antes de casar! Se não acredita no “Amor a primeira vista”, não zombe dos outros. Ame profundamente e apaixonadamente, você pode se machucar, mas é a única maneira de viver a vida em sua totalidade. Se não estiver de acordo, seja ao menos leal, fale lentamente, mas pense com rapidez... Não ofenda, não julgue as pessoas pelo “O que ouviu falar delas”. Se alguém lhe fizer perguntas que não quer responder, sorria e pergunte: “Por que quer saber?” Lembre-se, um grande amor, assim como um grande sucesso, comporta um grande risco. Quando alguém espirrar, lhe deseje “Saúde”! Sorria quando atender ao telefone: quem estiver ligando vai perceber pela voz. Case-se com alguém que gosta de conversar. Quando envelhecer, a habilidade no conversar será mais importante do que qualquer outra coisa. Lembre-se que o silêncio, às vezes é a melhor resposta. Leia mais livros, assista menos TV, viva uma vida boa e honrável. Mais tarde, quando não será mais jovem e lembrar do passado, vai saber como gozar a vida pela segunda vez... Confie em Deus, mas feche bem o seu carro. Uma casa feliz é o que importa. Faça tudo que estiver ao seu alcance para criar um ambiente tranqüilo e em harmonia. Nunca interrompa alguém que esteja lhe demonstrando afeto... Aprenda todas as regras para quebrar algumas delas... Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor entre duas pessoas é maior que a necessidade que elas têm uma pela outra. 

O Amor Deixa Muito a Desejar

A Rita Lee fez uma música com a letra tirada de um artigo que escrevi, sobre amor e sexo. A música é linda, estou emocionado, não mereço tão subida honra, quem sou eu, quase enxuguei uma furtiva lágrima com minha "gélida manina" por estar num disco, girando na vitrola sem parar com Rita, aquela hippie florida com consciência crítica, aquela hippie paródica, aquela mulher divinamente dividida, de noiva mutante ou de cartola e cabelo vermelho que, em 67, acabou com a caretice de Sampa e de suas lindas "minas" pálidas. A música veio mesmo a calhar, pois ando com uma fome de arte, ando com saudade da beleza, ando com saudade de tudo, saudade de alguma delicadeza, paz, pois já não agüento mais ser apenas uma esponja absorvendo e comentando os bodes pretos que os políticos produzem no Brasil e o Bush lá fora. Ando meio desesperançado, mas essa canção de Rita trouxe de volta a minha mais antiga lembrança de amor. Isso mesmo: a canção me trouxe uma cena que, há mais de 50 anos, me volta sempre. Sempre achei que esse primeiro momento foi tão tênue, tão fugaz que não merecia narração. Mas, vou tentar. Eu devia ter uns 6 anos, no máximo. Foi meu primeiro dia de aula no colégio, lá no Meier, onde minha mãe me levou, pela Rua 24 de Maio, coberta de folhas de mangueira que o vento derrubava. Fiquei sozinho, desamparado, sem pai nem mãe no colégio desconhecido. No pátio do recreio, crianças corriam. Uma bola de borracha voou em minha direção e bateu em meu peito. Olhei e vi uma menina morena, de tranças, com olhos negros, bem perto, me pedindo a bola e, nesse segundo, eu me apaixonei. Lembro-me de que seu queixo tinha um pequeno machucado, como um arranhão com mercúrio-cromo, lembro-me que ela tinha um nariz arrebitado, insolente e que, num lampejo, eu senti um tremor desconhecido, logo interrompido pelo jogo, pela bola que eu devolvi, pelos gritos e correria do recreio. Ela deve ter me olhado no fundo dos olhos por uns três segundos mas, até hoje, eu me lembro exatamente de sua expressão afogueada e vi que ela sentira também algum sinal no corpo, alguma informação do seu destino sexual de fêmea, alguma manifestação da matéria, alguma mensagem do DNA. Recordando minha impressão de menino, tenho certeza de que nossos olhos viram a mesma coisa, um no outro. Senti que eu fazia parte de um magnetismo da natureza que me envolvia, que envolvia a menina, que alguma coisa vibrava entre nós e senti que eu tinha um destino ligado àquele tipo de ser, gente que usava trança, que ria com dentes brancos e lábios vermelhos, que era diferente de mim e entendi vagamente que, sem aquela diferença, eu não me completaria. Ela voltou correndo para o jogo, vi suas pernas correndo e ela se virando com uma última olhada. Misteriosamente, nunca mais a encontrei naquela escola. Lembro-me que me lembrei dela quando vi aquele filme "Love Story", não pelo medíocre filme, mas pelo rosto de Ali McGraw, que era exatamente o rosto que vivia na minha memória. Recordo também, com estranheza, que meu sentimento infantil foi de "impossibilidade"; aquele rosto me pareceu maravilhoso e impossível de ser atingido inteiramente, foi um instante mágico ao mesmo tempo de descoberta e de perda. Escrevendo agora, percebo que aquela sensação de profundo "sentido" que tive aos 6 anos pode ter marcado minha maneira de ser e de amar pelos tempos que viriam. Senti a presença de algo belíssimo e inapreensível que, hoje, velho de guerra, arrisco dizer que talvez seja essa a marca do amor: ser impossível. Calma, pessoal, claro que o amor existe, nem eu sou um masoquista de livro, mas a marca do sublime, o momento em que o impossível parece possível, quando o impalpável fica compreensível, esse instante se repetiu no futuro por minha vida, levando-me para um trem-fantasma de alegrias e dores. Amar é parecido com sofrer - Luís Melodia escreveu, não foi? Machado de Assis toca nisso na súbita consciência do amor entre Bentinho e Capitu: "Todo eu era olhos e coração, um coração que desta vez ia sair, com certeza, pela boca." Isso: felicidade e medo, a sensação de tocar por instantes um mistério sempre movente, como um fotograma que pára por um instante e logo se move na continuação do filme. Sempre senti isso em cada visão de mulheres que amei: um rosto se erguendo da areia da praia, uma mulher fingindo não me ver, mas vendo-me de costas num escritório do Rio... São momentos em que a "máquina da vida" parece se explicar, como se fosse uma lembrança do futuro, como se eu me lembrasse ali, do que iria viver. Esses frêmitos de amor acontecem quando o "eu" cessa, por brevíssimos instantes, e deixamos o outro ser o que é em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso próprio desamparo, entrevisto no outro. A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. Vejam a arte tratada como algo desnecessário, sem lugar, vejam as mulheres nuas amontoadas na internet. Andamos com fome de beleza em tudo, na vida, na política, no sexo; por isso, o amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Todas essas tênues considerações, essas lembranças de lembranças, essa tentativa de capturar lampejos tão antigos, com risco de ser piegas, tudo isso me veio à cabeça pela emoção de me ver subitamente numa música, parceiro de Rita Lee, "lovely Rita", a mais completa tradução de São Paulo, essa cidade cheia de famintos de amor.


.Arnaldo Jabor.

Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!". Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta. Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". Antes idiota que infeliz!


.Arnaldo Jabor.

Eu Te Amo... Não diz Tudo!


Você sabe que é amado porque lhe disseram isso? A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas, e que dá uma sacudida em você quando for preciso. Ser amado é ver que ele lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é ver como ele fica triste quando você está triste, e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água. Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

.Arnaldo Jabor.

Seja um Idiota.


A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele. Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahahahahahaha!... Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche! 

.Arnaldo Jabor.

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.


.Arnaldo Jabor.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Apresentação do Blog.

"Eu espero atravessar a vida apenas uma vez. Portanto, se houver algo de bom que eu possa mostrar ou fazer por alguém, deixe-me fazê-lo agora, e não adiar ou negligenciar, pois eu provavelmente não passarei por este caminho novamente." William Penn


Nada melhor do que essa frase para escrever o primeiro post deste blog. Eu sei que as coisas não andam fáceis pra muitas pessoas, e para mim não seria diferente, mas acho que levar a vida com um pouco de humor pode ao menos fazer-nos diminuir um pouco as frustrações do dia a dia. As atividades que executamos durante o nosso dia merece uma seriedade, mas porquê não dar a elas um ar um pouco mais infantil?! Bom, devemos fazer a diferença nos nossos dias, não apenas pelo modo como vemos a vida e sim como a vivemos. Por isso, como essa frase acima cita que "se houver algo bom que eu possa mostrar ou fazer por alguém, deixe-me fazê-lo agora", essa é a função deste blog, fazer com que as pessoas que cederem um pouco do seu tempo a leitura possa ao final ser uma pessoa renovada. Afinal, percebemos depois de algum tempo que NO FINAL, TUDO É HUMOR.
Obrigada.